quarta-feira, 20 de maio de 2009

É hora de registrar a Festa do Divino!

A festa do Divino de Angra é uma das maiores festas religiosas da cidade, algumas intervenções nas características originais da festa ocorridas nos últimos anos como máquina de fumaça, luz estroboscópica e até a vontade de substituir a cor vermelha das bandeiras por azul (por motivos políticos é claro) nos mostram a necessidade de fazer o registro desse nosso Patrimônio Cultural Imaterial. Registrar o patrimônio imterial equivale ao tombamento da edificação histórica, é conferido o registro após minucioso trabalho de pesquisa e aprovação do Ministério da Cultura. O registro protegerá a festa de futuras descaracterizações no evento.
O Iphan abriu um edital que tem como objetivo selecionar projetos técnicos de documentação e/ou melhoria das condições de sustentabilidade dos saberes, modos de fazer, formas de expressão, festas, rituais, celebrações, lugares e espaços que abrigam práticas culturais coletivas vinculadas às tradições das comunidades afro-brasileiras, indígenas, ciganas, de descendentes de imigrantes, dentre outras, no âmbito do Programa Nacional do Patrimônio Imaterial – PNPI promovido pelo próprio IPHAN.
Os recursos para fazer face às despesas decorrentes deste Edital são da ordem de R$ 735.000,00 (setecentos e trinta e cinco mil reais), e estão previstos no Plano de Ação Fomento a Projetos na Área do Patrimônio Cultural, constante da Lei Orçamentária de 2009.

Contamos com a ação da Cultuar para poder realizar mais esse serviço em ajuda a preservação da História de Angra. Lembrando que a verba é federal e é para os municípios que tomam iniciativa e elaboram projetos.

link para o edital AQUI

3 comentários:

  1. Ainda existe Festa do Divino em Angra? Tenho certeza que há muito tempo não. As coisas se misturam e 'por comodidade' os 'donos' da festa (sociedade) entrega na mão do poder público.
    Tenho absoluta certeza que se o poder público não se mexer para realizar a Festa do Divino, ela não acontece.

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  2. Poisé, mas cabe a sociedade primeiro se organizar para depois poder organizar a festa independente do executivo municipal. E a postagem refere-se a um trabalho que deve ser feito para guiar qualquer que seja o organizador da festa (público ou privado), garantindo a perpetuação de como realmente acontecia no passado (ou o mais próximo que possamos achar em pesquisa). O povo local pouco tem de identificação com a cultura local e com o patrimônio histórico. Com um trabalho de resgate e valorização desses conhecimentos, desses costumes e dessas edificações, ele (o povo local) aprenderá a importância de preservar essas "coisas", sua tradição.

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  3. Ponderar sobre a Festa do Divino hoje pode trazer a tona uma rica discussão, mas que de forma alguma descarta a necessidade e importância de se registrar a tradição de outrora, que a cada dia ganha novos significados.
    Temos hje um rico acervo documental: o humano! Um trabalho de registro (filmado, de preferência)de depoimentos de moradores antigos seria muito bacana. A cada dia a metodologia da história oral se fortalece como instrumento a favor da cultura, principalmente de tradição oral. E esta gravação da memória do município é válida tb para muitos outros temas... temos hj a possibilidade de pensar projetos e enquadrar em leis de incentivo (federal, estadual ou minicipal)para viabilizá-los. Basta força de vontade e organização.

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