Um belo exemplo da ação nociva no patrimônio histórico é a obra que chamam de Restauração da Casa Laranjeiras.
Em primeiro lugar não temos conhecimento da elaboração de um mapeamento de danos antes da intervenção.
Em segundo, a postura da intervenção não foi a de recuperar elementos da composição arquitetônica do sobrado, mas sim a de arrancar todas as "vísceras" da edificação, tudo que existia dentro, e reconstruir de maneira "tosca", sem o menor cuidado artístico, sem resguardar elementos característicos que, além da importância histórica, justificavam o tombamento.
O piso do segundo pavimento, antes de madeira, foi substituído por laje pré-moldada. Tudo bem que não podemos usar tanta madeira como antigamente por motivos ecológicos, mas dada a importância da edificação, um material mais nobre deveria ser especificado como apelo estético e de modo a evitar a necessidade de reforço estrutural.
A fachada, sofreu várias perdas, as esquadrias foram alteradas, o arco que serve como pingadeira acima de cada porta foi refeito de maneira deformada sem o menor respeito a originalidade.
O equipamento de iluminação da fachada foi escolhido errado, oferece risco a quem anda próximo ao prédio. Entre outros problemas que me fazem acreditar, como arquiteto, que não houve cuidado ou metodologia adequada na intervenção. Eu afirmo, isso não é restauração, e desafio o responsável técnico da obra a expôr para a Câmra Setorial de Patrimônio Histórico seus estudos, suas diretrizes de projeto e os motivos que o levaram a agir de forma tão errada com um patrimônio importante para a Arquitetura e para a História de Angra dos Reis. Ao Inepac, vai aqui o meu repúdio e a minha indignação por deixar as coisas acontecerem descontroladamente em patrimônio tombado pela instituição.
Cabe lembrar que a obra está inacabada.
Em primeiro lugar não temos conhecimento da elaboração de um mapeamento de danos antes da intervenção.
Em segundo, a postura da intervenção não foi a de recuperar elementos da composição arquitetônica do sobrado, mas sim a de arrancar todas as "vísceras" da edificação, tudo que existia dentro, e reconstruir de maneira "tosca", sem o menor cuidado artístico, sem resguardar elementos característicos que, além da importância histórica, justificavam o tombamento.
O piso do segundo pavimento, antes de madeira, foi substituído por laje pré-moldada. Tudo bem que não podemos usar tanta madeira como antigamente por motivos ecológicos, mas dada a importância da edificação, um material mais nobre deveria ser especificado como apelo estético e de modo a evitar a necessidade de reforço estrutural.
A fachada, sofreu várias perdas, as esquadrias foram alteradas, o arco que serve como pingadeira acima de cada porta foi refeito de maneira deformada sem o menor respeito a originalidade.
O equipamento de iluminação da fachada foi escolhido errado, oferece risco a quem anda próximo ao prédio. Entre outros problemas que me fazem acreditar, como arquiteto, que não houve cuidado ou metodologia adequada na intervenção. Eu afirmo, isso não é restauração, e desafio o responsável técnico da obra a expôr para a Câmra Setorial de Patrimônio Histórico seus estudos, suas diretrizes de projeto e os motivos que o levaram a agir de forma tão errada com um patrimônio importante para a Arquitetura e para a História de Angra dos Reis. Ao Inepac, vai aqui o meu repúdio e a minha indignação por deixar as coisas acontecerem descontroladamente em patrimônio tombado pela instituição.
Cabe lembrar que a obra está inacabada.
Fernando,
ResponderExcluirÉ deprimente saber dessa situação.
Tudo por falta de boa vontade política!
É DEMAIS!
Descobri apenas hoje, mas com certa facilidade o seu muito bem montado blog, que teve a força de fazer aumentar minhas revoltas por causa de muitas coisas que assisto a acontecer em Angra, especialmente no que diz respeito à cultura e à conservação das suas raízes. Você coloca muito bem a questão da Casa Laranjeras: "um crime". O uso de madeirames no segundo piso considero que era essencial, mesmo considerando que deve-se diminuir o uso das madeiras, especialmente as prejadas. Mas, visto que já foram usadas de forma perdulária na construção do novo deck do cais de Sta. Luzia, onde as pranchas já estão, muitas delas, podrecendo e formando perigosos buracos ...
ResponderExcluirTem mais. Nos fundos da casa foi refeito um adendo, que já existia, com janelas de caixilhos e uma sacada de treliças. Mas nos fundos mesmo, lá no final, existe uma excrescência, um tal de Oyster Bar (mania de macaquear nomes estranhos e completamente fora do assunto em restauro!), que ostenta um de seus braços quase entrando pela construção. Ali então não foi possível a colocação de janelas como na lateral da casa e puseram uns buraquinhos gradeados, do tipo presídio.
A praça também é horrível
Continua, no visual da praça, a ojeriza para as árvores de sombra. As poucas que sobram estão circundadas, defendidas, por uns envoltórios perigosos. Poderiam ters sido feitos com saliéncia formando bancos para descanso dos pedestres.
A praça, pensada como tendo dois ambientes: o busto ao Duque de Caxias e o, por muitos sonhado, monumento ao Zumbi dos Palmares, já mais perto do mercado octogonal do peixe. Estão tão perto um do outro, que fica difícil pensá-los como sendo dois ambientes (temas) distintos e já ouve-se falar em desistir de completar a homenagem ao Zumbi.
A feirinha, já tradicional, exposta às intempéries, parece prestes a acabar.
O deambular trôpego e lento dos idosos torna-se perigoso.
Existe também uma sequencia de aberturas, no outro lado da praça, que o povo já chama de "portais cenográficos". Esconde portas e paredes de uma construção simples que merecia mais respeito, pois possui, sob seu beiral, um friso interessante e que deveria ser visto e não escondido.